Nascimento: 27/05/1926
Falecimento: 30/08/2010
“Lembrar dos tempos em que morei na Fazenda Mutum é buscar na memória o semblante de meu pai [pausa, lágrimas e voz embargada, logo melhora], é também lembrar das correrias de meus irmãos, que gostavam de subir nas árvores. Lembro das plantações, não que fosse para comercializar, mas tinha muita fartura, todo o sustento da família era tirado dali. As roças eram separadas para cada tipo de plantação: arroz, feijão, milho, mandioca , cana e um bananal que ficava no terreno mais fresco da fazenda. Tinha vários tipos de bananeiras, banana de fritar, a marmelo e a “banana orinho” que é muito gostosa. Hoje quase não vejo dela. Meu pai só comia dessa. As outras, ele dizia que fazia mal a ele. Tinha também muitas árvores frutíferas: laranja, figo, ata, conde, manga de várias espécies, pitanga, cajá, jabuticaba, caju, imbu, entre outras… Foi naquela região que meu pai morreu, eu estava com treze anos, mas me lembro dele, do jeito que ele falava. Aprendi muito com ele. Meu pai foi um carpinteiro muito solicitado pelos fazendeiros da região, e mamãe reclamava “casa de ferreiro, espeto de pau”. Mas ele gostava de ensinar como cuidar da casa, para quando ele tivesse fora, nós mesmos cuidássemos. Lembro-me que, tempos após a morte de papai, eu “massei” barro misturando areia com bosta de vaca com os pés, para rebocar as paredes da casa que era de taboca.” (pg. 38)
DONA MESSIAS, EM 1951
DONA MESSIAS COM AS IRMÃS MAIS VELHAS
FAMÍLIA DE DONA MESSIAS. AO CENTRO NA PARTE DE BAIXO SUA AVÓ LUIZA E AOU CENTRO NA PARTE SUPERIOR SEU PAI BERILO
MAIO DE 2010, ÚLTIMO ANIVERSÁRIO DE DONA MESSIAS
Nascimento: 23/06/1908
Falecimento: 16/11/1979
“Esse homem atravessou o sertão baiano, com sua família e seus animais. Filho único de Arquias Leão e Celestina Bites, uma família baiana. Nascido em 23 de junho de 1908. João Bites estudou em Salvador até o equivalente ao Ensino Médio dos dias de hoje. Ainda em Salvador fez curso prático de Farmácia e aprendeu a manipular remédios homeopatas, lá ele trabalhou de ajudante na manipulação de medicamentos com medidas extremamente rigorosas no percentual a estarem prontos para ser usados, tornando-se um farmacêutico respeitado por onde passava. Tomou gosto pela área. Quando regressou para Santana, interior da Bahia continuou no ramo farmacêutico. Gostava muito de ler e sua curiosidade por assuntos relacionados à saúde o levou a montar uma farmácia homeopata. Mesmo migrando de uma região para outra, onde passava era reconhecido como manipulador de remédios homeopatas.
O curso na área de saúde lhe propiciou primeiros socorros, incluindo medicações para procedimentos de parto, o que lhe serviu na posteridade, pois que realizou os partos de sua esposa, e ajudou nos partos de filhas e esposas de amigos.
João Bites casou-se pela primeira vez aos 18 anos com Diogelina. Nesse período decidiu não voltar para Salvador. Parou os estudos e com a ajuda de seu pai montou sua primeira farmácia, morando em Santana cidade pequena do agreste baiano, local onde nasceu. Em 1928 nasceu seu primeiro filho, José Magalhães Leão (Neném). Em 1930 foi obrigado a sair de Santana para evitar confusão de dívida de jogo de seu pai. Arquias era homem de posses de fazendas, mas era também jogador compulsivo em jogos de azar. Em razão do jogo foi ameaçado de morte. João Bites e família deixaram deixou para trás casa na cidade e três fazendas. Uma delas completa. Juntou as tralhas, os animais de tropa e saíram como os “retirantes”, com o que pode carregar. Seu filho Neném com pouco mais de dois anos de idade, os pais Arquias e Celestina, o tio Joaquim, apelidado Juquinha, o irmão adotivo e afilhado de Bites, João Martins, apelidado “Joãozinho”, a empregada por nome Milena e três empregados para ajudar na lida com as tropas e cargas feitas em grandes sacos com alimentos, malas e bruacas (caixotes com cobertura de couro cru). Foram vários dias e noites carregando e descarregando animais nos pousos.” (pgs. 160 e 161)
“Bites veio da Bahia para Goiás em 1931. Em sua primeira estada morando em Trindade, ia às fazendas e povoados do Sertão de Goiás, muitas das vezes indo também a Mato Grosso. Ficava até três meses ou mais fora de casa. Ele contou a Messias certa vez em Trindade, que lá pelos anos 32 ou 33 parte de sua tropa havia fugido à noite. Enquanto campeava pela região soube que avistaram seus animais em uma fazenda depois da serra do Borcão. Junto com um peão saiu em busca da tropa perdida. Acabou por conhecer o terreno da fazenda Cedro, onde nem imaginava que um dia iria regressar para ali morar e construir família.” (pg. 160)
JOÃO BITES
FAMÍLIA DE JOÃO BITES, EM 1942
Nascimento: 24/03/1928
Falecimento: 25/09/1956
Filho de João Bites e sua primeira esposa, Diogelina Magalhães Leão.
Pai de: Diogelina, os gêmeos José Honório e José Honorato (criados como filhos de Dona Messias) e Arquias.
“Nasceu na Bahia, na cidade de Santana, no dia 24/03/1928. Enteado de dona Messias, filho de João Bites com a primeira esposa, Diogelina Magalhães Leão, também mãe de Doralice (Nicinha).
José Honório, como era conhecido, pois esse era seu nome de batismo, e era com esse nome que ele se apresentava enquanto comerciante e retratista em suas andanças pelo sertão goiano, sertão do qual ele nunca se desligara.
Nas andanças dele pelos arredores, reencontrou com Geni, que já conhecia antes de vir para Trindade. Casou-se com ela em Iporá e já voltou para o Cedro casado. Bites o ajudou a construir uma casinha e ficaram morando ali mesmo.
Neném, como era chamado na família, foi tropeiro como seu pai. Gostava muito de fotografias, embora esse ofício não lhe rendesse dinheiro. Mesmo assim ele sempre levava sua máquina com capa nas andanças com a tropa para fazer os retratos das pessoas nos caminhos da rota, já conhecida, por andar com o seu pai em outros tempos.
Neném gostava também de animais, cuidava das galinhas e treinava galo de brigas. Era domador de cavalos, comerciante de animais e retratista.
Ele faleceu no dia 25/09/1956, no Cedro. Poucos dias antes de sua morte, pediu para que Messias cuidasse de seus filhos. Foi principalmente por esse pedido que ela criou os gêmeos como filhos. Bites ainda tentou ficar com os quatro filhos de Neném, mas Geni só deixou os gêmeos. Após os gêmeos completarem 13 anos, Geni os buscou, mas não deu continuidade ao estudo deles.
Sobre os filhos de Neném, Diogelina mora em Goiânia e cuida da mãe. É casada com Marcos. Lina é mãe de Joaquim Junior e Hugo Leonardo; Joaquim é piloto de avião e trabalha na GOL, companhia de viagens aéreas, é pai da Ana Beatriz; o Hugo é formado em Engenharia da Computação e fez doutorado em Engenharia Elétrica e é funcionário efetivo no Instituto Federal, IFG; José Honório (Bites) é casado com Zilda, moram em Jussara-GO, tem um filho, José Honório Júnior, que é pai de Gabriel; José Honorato (Bibi) mora em Cocalzinho e tem um casal de filhos, Felipe e Daiana; Felipe é casado com Carol e tem a filhinha Sofia; e a caçula Daiana que mora com o irmão em Aparecida de Goiânia. Arquias, o filho caçula de Neném, tem uma filha por nome Camila. Ele é bem afastado da família e tem pouco contato até mesmo com seus irmãos.”
Nascimento: 28/08/1940
Filha de João Bites e sua primeira esposa, Diogelina Magalhães Leão.
Mãe de: Ildalice e Ildalene
Nicinha nasceu em 28 de agosto de 1940. É filha do primeiro casamento de Bites. Ela começou a chamar Messias de mãezinha aos três anos de idade, em 1944, ano do casamento de seu papai com nossa protagonista que sempre dizia que, quando se casou, ganhou de presente uma filha com 3 anos e um enteado com 16 anos que continuou morando com a avó, ambos filhos de Diogelina.
Nicinha foi uma menina muito dengada por todos e se apegou rápido à sua nova mãezinha, tanto quanto Messias a ela. O zelo por esse sentimento foi regado continuamente e se tornou duradouro por toda vida.
A avó Celestina e o avô Arquias mimavam muito essa neta. Ainda bebê, eles começaram a chamá-la de Nicinha. Ela fez a Primeira Eucaristia na igreja do Divino Pai Eterno em Trindade aos setes anos. Sempre gostou de rezar. Morando no Cedro, ela é quem tirava o terço e a comunidade cedrense a acompanhava.
Nunca deu trabalho com as tarefas, aprendeu a fazer bordado à mão com oito anos e à máquina aos dezesseis anos. Nos serviços do lar aprendeu tudo que uma moça daquela época tinha que saber para ser prendada no casamento.
Doralice foi uma verdadeira prenda para Anjo Gabriel, com quem se casou em 20 de setembro de 1958 e teve duas filhas; Ildalice e Ildalene.
Algum tempo depois de casada, seu marido Anjo decide que iriam morar em Anicuns para trabalhar em um garimpo ali perto. Messias quis amenizar o sofrimento de Nicinha. Então conversou com Bites para deixar Dorecila ir morar com a irmã, pois sabia da dificuldade em ficar longe dos familiares e ela conhecia bem sobre esse sofrer.
Junto com a permissão de Bites veio a exigência de continuar os estudos. Assim foi feito e como uma coisa puxa outra, Nicinha que levava a irmã para a escola, acabou sendo convencida pelas professoras e diretora da escola a dar continuidade aos estudos, pois no Cedro ambas haviam feito apenas até a quarta série. Junto com Dorecila, Nicinha concluiu o curso de normalista. Depois fez faculdade de Ciências Biológicas. Doralice foi professora respeitada por todos e se tornou diretora do Colégio Estadual de Anicuns e posteriormente trabalhou na Faculdade de Anicuns, tendo ocupado o cargo de Secretaria Geral daquela Instituição. Nicinha é aposentada como professora. Suas filhas também são professoras, formadas em nível superior, já são avós e vivem independentemente.
Nicinha e seu esposo fizeram parte do grupo DECOLORES da igreja católica. Seu esposo, Anjo Gabriel, era querido por todas as cunhadas e cunhados e a maioria dos irmãos de Nicinha o chamavam de Padrinho Anjo. Ele partiu para a eternidade em 15/11/2002. Atualmente, Doralice é ministra da eucaristia e do matrimônio da Diocese de Anicuns.
A filha Ildalice é professora e artista plástica, mora em Goianira. A filha Ildalene mora em Anicuns, é professora aposentada e tem uma loja de festas. Seus netos, filhos de Ildalice, são Michel, Péricles e Daiany; e filhos de Ildalene são Anjoalice e Rondinele. Michel é casado com Janine, com quem tem o filho Gabriel, Daiany é mãe de Alicia, e Péricles foi casado com Leidiane, com quem teve dois filhos; Arthur e Natália. Os netos, por parte de Ildalene, são Anjoalice, que é casada com Sanderson e tem dois filhos, Eduarda e Rafael, e Rondinele que ainda não tem filhos.
Essa família é cheia de superações, Daiany teve uma queimadura com água de arroz quente, por todo o corpo em um acidente doméstico quando criança, ficando por vários dias entre a vida e a morte no Hospital de Queimaduras de Goiânia, recuperou-se totalmente, mas o processo de tratamento foi longo. Ildalene sofreu um acidente em 16/05/1998, ficou no hospital por mais de oito meses, chegou a pesar 32 quilos. Hoje, aposentada e resistente, ajuda a cuidar da neta Eduarda, 11 anos, que passou por um processo cirúrgico em razão de nódulo no cerebelo, no dia 16/12/2015. Atualmente, Eduarda está recuperada e já consegue caminhar lentamente. A pequena foi curada do câncer, seus cabelos estão crescendo. Ela está com 13 anos. A perda súbita do neto Péricles uniu e continua a unir ainda mais as pessoas da família, não só da casa de Doralice, mas toda a família em oração.
Nascimento: 16/02/1943
Filho de João Bites.
Pai de: Delma e Waneska.
Nasceu em 16-02-1943. É casado com Diva, que é cabeleireira. Eles têm duas filhas: Delma e Waneska. A Delma é mãe da Ingred Loren e a Waneska é mãe do Gabriel, ambas são independentes.
Dona Messias dizia que, quando soube da existência de Waldivino, levou um susto, mas logo depois veio no pensamento o possível sofrimento do menino que cresceu sem o pai. Por isso, quando ele chegou ao Cedro foi muito bem recebido pela matriarca da família. Disso, Waldivino e irmãos mais velhos lembram-se bem.
Waldivino chegou ao Cedro em junho de 1967. Quem o levou foi Arci. Waldivino nasceu no município de Diorama, quando ainda era chamado de Aropi. Ele cresceu junto com os sete irmãos por parte de mãe.
Sempre deu um duro danado na roça. Ainda pequeno já tocava boi para moer cana. Com 11 anos de idade ficou no internato do Colégio Salesiano dos Padres em Araguaiana/MT. Depois voltou para lavoura em Diorama, onde morou até 23 anos, quando decidiu procurar o pai.
Waldivino morou em Caldas Novas e pelo menos duas vezes por ano ia visitar Dona Messias em Valparaíso.
O primogênito de Dona Messias, Arci, contou que já sabia da existência desse irmão quando foi destacado a serviço militar para trabalhar por aquelas bandas em 1964. Então, fez o trabalho de “detetive”. Assim que chegou à redondeza, procurou saber por Waldivino, que foi facilmente encontrado. Três anos depois Waldivino foi à sua procura em Goiânia.
Lá combinaram de se encontrar em Trindade para irem até o Cedro. Arci o levou de Lambreta para o povoado onde morava a família. Nesse dia Waldivino conheceu todos os irmãos, filhos do Velho Bites e Dona Messias.
Waldivino diz que sempre será grato àquela que o recebeu tão bem e que tem por ela a consideração de mãe. Lembrou que quando estava passando por dificuldade financeira foi ela que o instruiu para fazer uma entrevista de emprego. Inclusive conseguiu um encontro com o então deputado José de Assis, que garantiu o emprego na CELG, onde Waldivino trabalhou até aposentar-se. Atualmente Waldivino mora em Trindade. Ele sempre participa das atividades da família.
Nascimento: 11/12/1945
Pai de: Rogério, Renata e Rosana.
Nasceu no dia 11-12-45 no Registro do Araguaia. É casado com Gercília Rosa Silva Leão, com quem tem os filhos; Rogério, Renato e Rosana. Hoje todos casados e independentes. Ele passou a morar em Goiânia quando iniciou o serviço militar, os pais ainda moravam no povoado Cedro. Num certo dia de folga do quartel, conheceu Gercília numa festa no Cedro. Ela visitava os parentes que também moravam lá. Iniciou o namoro ali e deu continuidade em Goiânia, onde ambos moravam naquela época.
Dona Messias dizia que quando seu primeiro filho biológico nasceu foi fácil ensiná-lo a chamá-la de “mamãe”, pois já estava acostumada a ser mãe da Nicinha, a enteada. Contudo, não podia negar a sensação maravilhosa de amamentar e embalar nos braços seu primogênito, sentindo o quanto ele precisava dela, pois era pequenino e indefeso. O nome Arquias foi dado em homenagem ao avô paterno. Arci, como ele é chamado por todos da família, nasceu em casa, assim como todos os filhos de Messias. Ele, Nicinha e Antônio nasceram no Distrito de Registro do Araguaia. Morando no Cedro, ele estudou até a 4ª série. Aos dez anos já ia capinar roça distante de casa e antes disso já capinava o quintal. Em setembro de 1963, saiu de casa para servir o Exército em Goiânia. Com seu primeiro salário, Arci comprou uma panela de pressão, (na época era raridade) e deu de presente para sua mãe. Depois deu também um guarda-roupas para a querida matriarca, o primeiro da vida dela. Logo veio o governo militar no Brasil, nessa época, o sofrimento de Dona Messias foi tamanho, que ela passou a dizer que tinha certeza que lágrimas não secam, porque a vida dela era chorar sem alívio, devido ao acumulo da mistura de saudade e medo de que o filho morresse.
Na hora da “Voz do Brasil” (Programa de Rádio as 19 horas, existente ainda hoje) ninguém podia conversar, pois o pai, João Bites, não desgrudava o ouvido do rádio para ouvir notícias do novo Governo Militar. As notícias que se ouviam pelo rádio não eram animadoras. Ele era liberado para visitar a família apenas de 15 em 15 dias. Porém, tinham também as “benditas” quarentenas, um verdadeiro martírio para a mãe, que só podia rezar e pedir que ele fosse um soldado disciplinado e nada de ruim lhe acontecesse.
Para visitar a família, Arci tinha que percorrer vários quilômetros a pé, pois a estrada de acesso ao povoado Cedro não tinha linha de transporte público, então, ele ia de ônibus pela rodovia GO-060 até o entroncamento, onde descia e seguia até a casa dos pais. Messias lembrou que o Bites dissera certa vez que as durezas que deu no Arci foram para ele saber enfrentar o mundo e que o quartel não metia medo nele porque aprendeu a ser “homem” com ele. Os pais continuaram morando no Cedro até 13/01/1973, quando se mudaram para Trindade. Quando morava em Goiânia, Arci fez o curso de “madureza”, estudo equivalente ao atual supletivo. Em 1980, já morando em Brasília, concluiu o curso superior de Economia e em seguida fez Direito, exerceu a profissão como advogado até 2016.
A mudança dele para Brasília incentivou os irmãos mais novos a se mudarem para lá também. No início, alguns dos irmãos moraram na casa dele Arci tem 3 filhos e 4 netos. O filho Rogério é pai de Rafaela, ele é casado com Elisangela, que é mãe da Maria Clara; Renato é casado com Lilian, com quem tem dois filhos João Pedro e Gabriel; Rosana é casada com Tiago, com quem tem a filha Pietra. Todos moram em Brasília. Arci teve um infarto do miocárdio, que assustou os familiares. Teve que passar por um processo cirúrgico delicado no coração, mas se recuperou, embora o pós-cirúrgico deixou a família com cuidados dobrados com ele, que nem sempre segue as recomendações médicas. Arci é advogado aposentado, tem uma fazenda em Luziânia, perto do Corumbá IV.
Nascimento: 12/06/1947
Pai de: Patrícia, Aline e Antonio Bites.
Antônio também nasceu no Registro do Araguaia, no dia 12 de junho de 1947. Por ser dia da véspera de Santo Antônio recebeu esse nome.
Messias contava que no dia 16 à tarde, seu sogro, vendo que Bites procurava nome para registrar a criança, com um ar severo, um estilo próprio de falar com muita seriedade, lhe disse: “Ora Bites, esse menino já nasceu com nome. Não tem o que procurar. Seu nome é Antônio”. E na noite seguinte o sogro faleceu. A escolha do nome estava definida. Antonio foi uma criança com várias passagens marcantes: Na mudança do Registro do Araguaia para Trindade, Antonio estava com 7 meses. A viagem inteira Messias o carregara nos braços, às vezes montada em lombo de burro, às vezes a cavalo e às vezes a pé. No 12º dia de viagem, um incidente inesperado: o silhão virou e os dois caíram rolando em uma serra. A mãe se ralou muito, mas o filho ficou a salvo, não teve nem um arranhão. Em agosto de 1948, poucos meses após chegarem a Trindade, Antônio teve bronco-pneumonia. Os médicos disseram que era uma doença de difícil cura, mas Messias apegou-se com sua fé em Deus e tentativas com remédios naturais. Foi então que um amigo, Senhor Raimundo Peludo, sogro do Sr. Jobi, homem respeitado no município de Trindade, ensinou Messias a fazer mel com urucum. Ela repassou a maneira correta de fazer o xarope para muitas pessoas e sempre que via alguém com tosse indicava o remédio, pois acreditava que, abaixo de Deus, o que curou seu filho foi aquele carocinho vermelho bem fervido, coado e juntado com mel e 3 gotinhas de álcool. Aos três anos de idade, Antônio foi ofendido por um escorpião e mesmo ele chorando muito e dando febre, os pais não viram o bicho. Só mais tarde, quando viu o filho desfalecido, a mãe aflita clamou pelo Divino Pai Eterno, dizendo para que lhe desse quantos filhos pudesse, mas não tirasse nenhum. Ele chorava e mostrava o pezinho. Messias contou que Bites lhe mandou fazer uma compressa, enquanto ele preparava a medicação.
Ela passou o resto da noite com o filho no colo. Só no outro dia de manhã é que viu uma mancha de sangue em baixo dos dedos do pé do menino. Bites percebeu que era escorpião. Foram até o berço, levantaram o colchão.
Sabiam que esse bicho se esconde nos cantos e ao levantar o colchão lá estava “o danado” no cantinho da grade. Bites pediu pra olhar todo o corpo da criança e disse, “pode respirar aliviada o perigo já passou”. Aos 10 anos de idade, Antonio ia com o irmão Arci levar comida na roça. Seus primeiros estudos foram no Cedro, lugar onde cresceu e aprendeu a lidar com alunos, pois praticou junto com sua mãe o exercício de professor, mesmo antes de se formar. Para continuar os estudos foi preciso muito esforço e disposição, pois a dificuldade de transporte do povoado do Cedro para a cidade de Trindade desanimava a maioria absoluta dos moradores do povoado. Junto com seu pai foi à cidade e comprou uma bicicleta e resolveu estudar à noite. Para isso era necessário pedalar 6 léguas (1 légua equivale a 6Km) todos os dias, saindo do Cedro às 5h da tarde para chegar a tempo da aula, que começava às 7h no Ginásio Estadual Pe. Pelágio. Depois das aulas ia dormir em um quartinho na casa da “Tia Tóda” e saía de madrugada para chegar ao Cedro e dar aula no Grupo Escolar São Sebastião. Depois, em 1970, só o Antônio continuava estudando à noite, pois havia arrumado emprego de professor em Goiânia. O amigo José Dentista ofereceu a casa para Antonio dormir. Contudo, o irmão Arci buscou o colchão e o chamou para casa dele.
Na eleição de 1972, os colegas e amigos de Antonio do curso de Técnico de Contabilidade foram até o Cedro para conversar com seu pai para ele sair candidato a vereador. Antonio foi vitorioso e se elege em 2º lugar nas votações. Cinco anos após se reelege, sendo o vereador mais votado de Trindade. Em 2008, morando em Valparaíso de Goiás, também se elege vereador e quatro anos depois foi reeleito. Antonio casou-se com Divina Lourenço em 1977, com quem teve duas filhas e um filho, Patrícia, Aline e o Segundinho, como foi chamado, Antonio Bites Leão Segundo, que faleceu Bebêzinho. Foi o primeiro descendente de Dona Messias que partiu para a eternidade. A Primogênita de Antonio é Patrícia que tem um Filho (Pedro Luca). Aline é solteira, ambas são formadas em nível superior e são independentes. A avó Messias passou o ofício de Secretária do Colégio Cebam para a Aline no ano de 2010, que assumiu prontamente e continua exercendo com todo zelo e dedicação. Patrícia é odontóloga e atendeu a avó Messias como tal. Ela tem um consultório em Valparaíso. Antonio junto com a Divina tiveram um papel importantíssimo na construção do Colégio Cebam. Foi a Divina que teve a ideia de montar uma escola na então recente cidade do entorno de Brasília (Núcleo Habitacional Valparaíso) e Dona Messias junto com Arquicias acolheram e desenvolveram o projeto, que hoje é uma realidade no município de
Valparaíso de Goiás. Antonio ficou viúvo, depois se casou com Djanane e criam Ana Clara como filha.
Nascimento: 1949
Mãe de: Lília, Débora, Anatelce e Teófilo.
Nasceu em Trindade, em 1949. Celeste foi registrada com o nome diferente do nome de batismo. Seu nome Maria Celestina tem significado duplo: um foi para homenagear a avó paterna, Celestina; o outro foi por uma graça alcançada.
Messias havia feito promessa à Nossa Senhora de colocar o nome Maria Celeste, com o qual foi batizada, contudo, prevaleceu o gosto do pai, ficando Maria Celestina no registro. Porém, não é chamada nem de Maria nem de Celestina e ficou valendo o Celeste do nome de batismo. Ela nasceu em 08 de março de 1949, em Trindade. De todos os filhos de Messias, essa foi a única que nasceu na ausência de seu marido, que estava em Goiás Velho. Quando Bites voltou para Trindade, ela estava completando dois meses. Uma das primeiras novidades a ser contada em sua chegada é que a Corina havia deixado a criança cair na manhã daquele mesmo dia. Messias ainda estava abalada, pois ela tinha ido à igreja com a sogra e Corina ficou em casa cuidando da pequena. Ao balançar a bebê, segurou nos panos e deixou-a cair no chão. Messias lembrou que, na igreja, teve um pressentimento e saiu antes da bênção final e da esquina viu o movimento dos vizinhos. Naquela época era assim, nas dificuldades domésticas, um vizinho socorria o outro. Naquele dia quem socorreu a menina foi Dona Antônia, que morava na casa em frente e viu toda traquinagem da Corina. Saiu correndo para socorrer. Quando pegou a menina, ela nem chorava, tinha “engolido o fôlego”, foi um sufoco só. Enfim, acabou tudo bem. Logo Bites chegou e, ao saber que a menina havia batido a cabeça no chão, falou do risco de morrer dormindo. Então, mandou observá-la o dia inteiro.
Celeste foi a filha que mais ajudou a matriarca Messias a pajear os irmãos mais novos. Celeste, assim como a Nicinha, também aprendeu a bordar ainda criança. Depois aprendeu a costurar. Ela fazia bordados criativos tanto à máquina quanto à mão. Casou-se com José Figueiredo e continuou morando no Cedro, onde nasceu sua primeira filha, com a ajuda do velho Bites, seu pai. Celeste têm quatro filhos: Lília, Débora, Anatelce e Teófilo. Fez magistério depois de casada. Sobre esse curso tem uma foto que marca a formatura dos estudos junto com a protagonista desta história, sua mãe. Começou a profissão de professora também no Cedro. Depois mudou-se para Trindade. Pedagoga, pós-graduada, aposentou-se como professora. Depois de aposentada montou uma confecção, mas desistiu do ramo. Atualmente, ela é ministra da eucaristia, na igreja Matriz do Divino Pai Eterno em Trindade.
Seu esposo teve AVC em 2007, foi socorrido inicialmente na Santa Casa de Misericórdia em Goiânia. Graças à fé em Deus e perseverança no tratamento, com fisioterapia e acompanhamento na Vila São José Bento do Cotolengo, ele se recuperou bem, embora tenham ficado algumas sequelas. Na casa da Celeste costumam se reunir às quintas-feiras à noite na chamada “jantinha”, momento em que aproveitam para descontração, reunindo filhos, noras, genros, netos e bisnetos. A primeira neta biológica de Messias é Lilia, a primogênita de Celeste. Ela é casada com Júlio e tem três filhos: Patrícia, Julianny e Kleuber. A Jullianny é casada com Kenttonny e tem uma filha, Anna Júlia; Kleuber é casado com Polliana e é pai da Nathallie. A Débora tem dois filhos, Alexandre César e Luiz Filipe; Alexandre é casado com Amanda Cristina. Anatelce é casada com André e tem dois filhos, Victor e Jéssica Karen. E o Teófilo é casado com Larisa, que está grávida, esperando o filho Antenor José.
Nascimento: 23/05/1951
Mãe de: Helder, Anatel, Vinícius e Divina (enteada).
Dorecila nasceu dia 23 de maio de 1951, dois anos e dois meses mais nova que Celeste. Esse foi o maior intervalo entre uma gravidez e outra na história da Matriarca. Dos filhos, ela foi a primeira que nasceu no Cedro. Quando Dorecila nasceu, a mãe era professora e catequista, as aulas eram ministradas na própria igreja. Messias estava cuidando das roupas dos catequisandos quando sentiu as primeiras contrações. Faltavam ainda as roupas de dois alunos, João e Suzana, filho de seus compadres Joanico e Maria. Ela estava cortando os tecidos para confeccionar as roupas quando a bolsa rompeu. As peças das roupas foram enviadas para uma costureira em Trindade e ficaram prontas a tempo, cinco dias depois chegou o dia da primeira comunhão. A professora Messias não foi à igreja, mas mesmo na cama ajudou a arrumar as crianças com as coroinhas na cabeça das meninas e as gravatinhas borboleta nos meninos. Ao término da missa o padre Antonio Bariane fez uma surpresa a ela. Com os meninos enfileirados entraram na casa cantando, cada um com uma lembrancinha na mão. Dona Messias demonstrou muita emoção ao lembrar desse fato marcante. Dorecila foi uma criança muito elogiada. Aprendeu a ler com desenvoltura e com uma rapidez incrível. Ainda criança ela ajudava alfabetizar as colegas. Com 12 anos foi morar com a irmã Doralice em Anicuns. Lá formou-se normalista e antes mesmo de terminar o curso já dava aulas. No baile de sua formatura, ela dançou a valsa com seu pai. As fotos desse dia estão guardadas junto com outras recordações da família. Dorecila, assim como as irmãs, também aprendeu a bordar, costurar, cuidar da casa e cozinhar.
Dorecila passou sua adolescência em Anicuns. Ia ao Cedro só nas férias. Quando decidiu se casar, Messias e Bites pediram para que o casamento fosse feito na igreja do Cedro. Casou-se com José Rocha, que era de Anicuns, para onde voltou após o casamento. Lá nasceram seus três filhos, Helder, Anatel e Vinícius. Mais tarde é apresentada a enteada, Divina, que foi morar em sua casa. Divina ajudou a cuidar de Vinícius quando pequeno. Dorecila passou em três vestibulares, que na época eram concorridíssimos e também em dois concursos públicos. Escolheu o curso de Direito e o Banco do Brasil. Hoje, aposentada, exerce a profissão de advogada em Goiânia, todos os seus filhos têm nível superior e são independentes. Seu filho Helder é casado com Vanessa, ambos são comerciantes do ramo farmacêutico e têm um casal de filhos, Rodrigo e Giovana. Anatel é farmacêutica e é casada com Alexandre, com quem tem duas filhas, Beatriz e Raquel. E Vinícius é advogado e professor universitário, na área de Direito. Todos os três moram em Goiânia. A enteada Divina é casada com Plácido e mora em Valparaíso, tem 3 filhos, a Carla, que é mãe da Isabela, Jonas que é pai do Bernardo, e a caçulinha Renata.
Nascimento: 06/06/1953
Pai de: Helder, Anatel, Vinícius e Divina (enteada).
Arquimedes nasceu no dia 06 de junho de 1953, ele foi um menino indo desde bebezinho, conforme a mãe coruja dizia. O quinto filho biológico de Dona Messias começou a mostrar esperteza mais cedo que os demais irmãos. Cinco meses depois que ele nasceu, Dona Messias teve um problema de saúde e precisou se internar em Goiânia. Foi uma dificuldade ter que sair do pequeno povoado, deixando as filhas pequenas e o bebê Arquimedes para outras pessoas cuidarem. Ela tentou não ficar no hospital, mas as dores falaram mais forte. Não teve jeito, foi encaminhada para o Hospital São Lucas, em Goiânia. Lá teve que se submeter a uma cirurgia de emergência, realizada pelo médico Dr. Hélio Seixos de Brito. Naquela época cirurgia de apêndice era melindrosa, o que a levou a ficar oito dias internada. Nesse período os filhos ficaram aos cuidados dos vizinhos, que cuidaram bem de todos.
A preocupação da Matriarca era tamanha que, assim que melhorou, começou a pedir para o médico lhe dar alta do hospital. Enquanto isso sua comadre Sebastiana levava o pequeno “Medinho”, para amamentar todos os dias na grande amiga e comadre Olívia do João Correia, que também tinha criança pequena de nome Alvanir e se dispunha prontamente a ajudar a cuidar dos filhos de Messias. Essas duas amizades foram contínuas até os últimos dias de vida da Protagonista desta história. Dona Messias dizia que a dor da distância dos filhos era maior do que a dor que sentira de fato, chegando ao ponto do médico dizer que só lhe daria alta se parasse de chorar. No retorno para o Cedro “foi quase uma festa para os filhos, que nunca tinham ficado afastados um só dia da Matriarca.”
Arquimedes cresceu forte e saudável. Ele começou a ajudar pajear os irmãos com seis anos. Dos filhos foi o que mais ajudou nas tarefas dos banhos dos irmãos mais novos. Lembrando que nem Dona Messias, nem o esposo Bites permitiam que filho homem cuidasse das meninas, acrescentando que a regra era rígida e se um menino chegasse perto das meninas na hora do banho era surra certa.
Arquimedes sempre foi um menino obediente, estudioso e amigo de todos. Suas notas eram as melhores da turma em toda sua infância. Nos trabalhos grosseiros da chácara, como debulhar milho e tratar dos porcos, ele desempenhava sem precisar mandar. Sábio como ele só, cativava a todos.
Aos dez anos, começou ajudar o pai no ofício de sapateiro. Aos quatorze, fez prova de admissão em Trindade para cursar o ginásio (hoje 6º ano do ensino fundamental). Foi preciso o pai arrumar autorização para ele estudar à noite. Assim ele iria de bicicleta junto com o irmão Antônio, percorriam 32 quilômetros ao dia, ida e volta, pois morava no povoado no Cedro e estudava no Ginásio Estadual Padre Pelágio, que depois passou a Colégio. Ele e Antônio, de segunda à sexta-feira, dormiam em um quarto independente da casa de uma “prima-tia”, que ela só usava nos tempos dos festejos do Divino Pai Eterno, no final do mês de junho e início de julho, o que coincidia com as férias escolares.
Messias sempre falava da eterna gratidão por essa prima de Bites, que nunca cobrou a estada dos seus filhos lá. O nome dela é Maria Custódia, irmã de Miguel Cazé. Arquimedes foi contratado pela prefeitura aos 17 anos para dar aulas no povoado do Cedro. Aos dezoito, foi para o Exército prestar serviço militar. Tendo chegado a Cabo, porém pediu baixa e montou uma pequena oficina de sapateiro em casa. Ele também ajudou muito nos arremates de costuras e pedia para costurar, às vezes a mãe deixava. Com isso, mais tarde serviu para Arquimedes trabalhar numa alfaiataria. Ele sempre teve uma bela caligrafia e fazia desenhos, o que levou as pessoas a incentivá-lo a fazer curso de desenhos, o qual fez por correspondência, chegando a fazer lindos desenhos, mas não levou adiante. Fez os cursos de Pedagogia e Veterinária.
Em 12/12/1976, Arquimedes casou-se com Francisca, que trabalhou com a professora Messias na escola do Cedro. Em julho de 1977, ele foi morar em Brasília e Francisca ficou com a sogra e, só em dezembro, foi para Brasília. Desse relacionamento teve um filho e colocou o nome de seu pai, João Bites (o primeiro da família a prestar homenagem com o nome do pai). João Bites é casado com Alessandra e tem um filho, Diogo.
Arquimedes tem também o filho Vitor Hugo, que é pai do Gabriel. Atualmente, ele mora na Cidade Ocidental. É casado com Marta, com teve o reconhecimento matrimonial na maçonaria em 28/05/2006, data escolhida para homenagear a matriarca Messias, que comemorava os 80 anos de vida. Ele tem três filhos de coração, Bruno, Jorge e Maria Clara, a caçulinha, é de 2006. Bruno tem o filho João Gabriel que mora com a mãe no Paraná. Bruno é casado com Débora com quem tem a filha Isabela. Jorge é casado com Jéssica Kelly e tem dois filhos, Jully Ellen e Davi. No ano de 2016, Arquimedes teve um infarto do miocárdio que assustou os familiares, mas se recuperou muito bem após a cirurgia de ponte safena. Ele se aposentou como servidor do Senado Federal de Brasília. Tornou-se Venerável Mestre da Loja Maçônica Estrela Ocidental, sediada no município de Cidade Ocidental/Goiás.
Nascimento: 27/08/1954
Pai de: Alice, Aline, Eduardo, Arquivaldo Filho, Fagner Mariano, Mariana Tomásia, Ricardo, Pedro Ernesto, Karlene, João Pedro, Maria Eduarda e Maria Alice.
Arquivaldo nasceu no dia 27 de agosto de 1954, dois meses após o nascimento da primeira neta, Diozinha filha de Nenén, enteado de Messias, cresceram juntos. Enquanto bebês, ambos eram amamentados tanto pela matriarca, mãe do menino e avó da menina, quanto pela nora/ comadre Geni, mãe da menina, cunhada do menino. Geni e Neném foram escolhidos para padrinho de batismo de Arquivaldo. Arquivaldo, assim como os outros irmãos, estudou no Cedro até o 4º ano primário como era chamado na época, ajudou os irmãos na lida do dia-a-dia e também pedalou 32 quilômetros diários para dar continuidade aos estudos, com a diferença que agora eles iam pela manhã. Juntamente com os irmãos Arquimedes e Ari saíam do Cedro às 5h30 da madrugada. Ele, Arquimedes e o Ari só almoçavam quando chegavam de volta.
A Matriarca sempre acordava às 5h da manhã para preparar um lanche reforçado e só acordava os filhos depois do lanche pronto. Eles tinham que se arrumar e saírem rápido, porque as aulas começavam às 7h no Ginásio Padre Pelágio. Arquivaldo tocava na fanfarra do ginásio e por conta disso viajou algumas vezes para competir com outras Bandas. Prestou Serviço Militar, no ano de 1973, período de grandes repressões no Brasil. Sofreu muito e a mãe sofria em ver seu sofrimento. Depois da baixa foi trabalhar na Rodoviária de Trindade pela Empresa Moreira no período de 1974-1978.
Durante um longo tempo era o Arquivado quem ajudava nas despesas de casa. Indignado com as injustiças sociais, foi ele o primeiro da família a engajar nos movimentos populares políticos partidários, sendo uns dos fundadores do PT em Trindade. Fez cursinho e passou no vestibular na UFG, 1978. Cursou Jornalismo e efetivou-se no Ministério do Trabalho. Foi Superintendente do Ministério do Trabalho em Goiás. Foi vice-prefeito da cidade de Trindade.
Em 22 de agosto de 2014, Arquivaldo sofreu um grande baque na vida, seu Raio de Sol partiu para eternidade. Mariana desviou-se de um pedestre que ziguezagueou na pista, ela fez de tudo para não tirar a vida daquele ser humano, bateu de frente com uma mureta de proteção, causando-lhe um trauma cerebral muito forte, sequenciando seu falecimento. Arquivaldo diz que sabe que a vida vai continuar e que precisará de muita fé para superar a ausência carnal da filha Mariana e prosseguir dando forças aos demais filhos e filhas. De uma coisa, no entanto, ele diz ter certeza: “Depois do que aconteceu, a vida dele é outra e que deseja e reza sempre para que nenhum pai e nenhuma mãe passe por uma situação igual a que passou e está passando”. Por fim ele pede para que Deus e Nossa Senhora abençoe a todos, rogando para que o exemplo dela possa servir para que humanidade tenha a devida paz e amor ao próximo, aclamando um Viva a Mariana, Coração Valente, Eterno Raio de Sol. Arquivaldo tem 12 filhos. Com Elisete tem 3 filhos: Alice, Aline e Eduardo. Alice é casada Juliano e mãe do João Vitor e Eduarda; Aline é casada e tem o filho Davi; e Eduardo é casado e tem dois filhos Pablo e Gabriela. Posteriormente, Arquivaldo casou-se com Lindaura e tem três filhos com ela; Arquivaldo Filho, Fagner Mariano e Mariana Tomásia; Arquivaldo Filho é casado com Ludiely e tem três filhos; Henrique, Heitor Mariano e Arthur, todos os três netos ainda são pequenos; Fagner é advogado e professor universitário; Mariana cursou Ciências Contábeis e era independente. Arquivaldo tem outros 3 filhos, Ricardo que tem um casal de filhos Eduarda e Ricardo; Pedro Ernesto e Karlene. Do atual relacionamento, com Shirley, ele tem três filhos, João Pedro, Maria Eduarda e Maria Alice. Arquivaldo sente orgulho em dizer que foi o que mais se aproximou na quantidade de filhos do casal João Bites e Dona Messias.
JOSÉ HONÓRIO LEÃO
Nascimento: 16/09/1955
Pai de: José Honório Junior
JOSÉ HONORATO LEÃO
Nascimento: 16/09/1955
Pai de: Daiana e Felipe.
Bites e Bibi são os netos que viraram filhos, com quase a mesma idade do Ari, apenas 7 meses mais velhos. Desde que nasceram ficavam mais tempo na casa da avó Messias do que com a mãe Geni, que se ocupava em cuidar da filha Diogerlina, que também era pequena.
No dia 16 de Setembro de 1955 nasciam os gêmeos, José Honório e José Honorato, no povoado do Cedro. O enteado de Messias, pai dos gêmeos estava viajando para a região de Iporá, onde morava o tio Joãozinho, quando os filhos gêmeos nasceram. Naquele tempo, as viagens de tropeiros eram demoradas e provavelmente esta foi a última viagem de longa distância.
Os gêmeos completaram 1 aninho no dia 16 de setembro de 1956 e no dia 25 do mesmo mês o pai biológico partiu para eternidade.
Os gêmeos ficaram aos cuidados de Dona Messias, conforme o pedido de Neném. Porém, aos 13 anos a mãe biológica os levou para Jussara. Durante o tempo em que Bites e Bibi moraram com os avós tiveram os mesmos direitos e obrigações com os afazeres dos tios. Todos tinham horários para estudar e os cadernos e lápis eram iguais para todos os filhos. O “Bitin” gostava de fazer contas e ler, já o Bibi gostava mesmo era de brincar e sempre enrolava na hora da tarefa. A matriarca criou os gêmeos como filhos e sofreu muito com a partida deles. Aos dezoito anos, eles foram morar em Goiânia. Batalharam e se tornaram independentes. Bites (José Honório) é comerciante em Jussara. Conhecido por ser domador de cavalo como seu pai. É casado com Zilda e tem um filho; José Honório Junior, que é Fisioterapeuta, funcionário público e tem um filho por nome Gabriel.
Bibi mora em Cocalzinho, onde tem terras. É aposentado e tem um casal de filhos; Daiana e Felipe, que é casado com Karol e são os pais da Sofia, a única neta de Bibi.
Nascimento: 20/04/1956
Pai de: Larissa, Hugo Leonardo, Rodolfo e Amanda Messias.
Em 1956 nasceu o Arquiariano, numa madrugada de domingo do dia 20 de abril. Esse nome estava grande para se chamar um bebezinho. Então, a mãe Messias começou a chamá-lo de Ari. Quando Ari estava com 5 meses passou a ter que dividir seu espaço mais ainda, pois com a morte do irmão mais velho (Neném), seus filhos gêmeos passaram a morar na casa da matriarca, ficando os três com aparência de trigêmeos, embora os gêmeos fossem mais velhos.
Ari foi o filho que ficou mais tempo ao redor do pai. Os dois gostavam de brincar de vários tipos de jogos. Esperto e de raciocínio rápido, Ari jogava cartas, dama e gamão com seu pai. Desde criança parecia homem formado. Tinha uma maneira faceira de dançar, que permanece ainda hoje. É muito festeiro, um verdadeiro pé de valsa. Ari gosta de valorizar as amizades em geral, contudo são poucos amigos especiais que ele mantém desde a sua mocidade. Quando Ari estava com 7 anos, foi com seu padrinho Divino levar o convite de casamento para o irmão Anjo, em Anicuns, no retorno vieram junto Ildinha e Leninha. Desceram do ônibus no entroncamento do Cedro, onde teriam que andar a pé em estrada de chão por uma légua até chegar ao povoado.
Contudo, os compadres de Dona Messias lá estavam comprando porcos, Seu Joanico, que também era padrinho do Ari e Sr. Antenor, padrinho do Arquivaldo, e ofereceram carona na carroça. Sentaram no banco os três adultos. Nas tábuas laterais Ildinha e Leninha (uma de cada lado), e o Ari sentado à frente, entre a carroça e o cavalo, com as perninhas penduradas. Na parte traseira da carroça estavam 3 porcos. Lastimavelmente, um bezerro nelore pulou de sobressalto na frente do cavalo, que se assustou e tombou a carroça, provocando um acidente com a carroça superlotada. Os porcos saíram em disparada, Seu Joanico teve um corte de mais de 20cm na perna, Ari quebrou uma perna e Ildinha teve uma perna pisada pelo cavalo, Leninha, Divino e o senhor Antenor não se machucaram. O Ari havia desmaiado e Ildinha chorava muito. Divino foi correndo buscar socorro na fazenda do João do Olímpio, que era a mais próxima do acidente. Senhor Antenor ficou com os feridos, o Hélio Japonês chegou e prestou socorro, levando os feridos para Trindade. Um morador que passava ali levou a notícia ao povoado e a mesma correu rápido, até chegar à mãe Messias que foi correndo do Cedro até o local do acidente, ansiosa para ver o filho. Contudo ele já havia sido transportado para o pronto-socorro, então Dona Messias voltou para o povoado com as netas e Ari chegou mais tarde com a perna toda engessada.
Arquiariano também estudou no Cedro até concluir o “primário”. Para dar continuidade aos estudos passou a ir com os irmãos mais velhos, pedalando sua bicicletinha (aro 22), por 32 quilômetros diários, e digo no diminutivo porque a bicicleta dele era pequena mesmo. Sempre muito comunicativo, em 1973 tornou-se presidente do Centro Cívico Tiradentes, no Ginásio Padre Pelágio. Começou a fazer trabalhos voluntários no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Trindade, depois trabalhou com carteira assinada no Sindicato Rural (dos fazendeiros), também de Trindade. Passou a ser professor em 19/4/1976, na rede estadual de Goiás. Foi vice-diretor no Colégio Estadual Castelo Branco. Foi coordenador do Centro Cívico Constantino Xavier. (no período ditadura militar para ser coordenador tinha que passar pelo órgão da polícia federal COMOCI, “Coordenação de Moral Cívica”). Mudou-se para Valparaíso de Goiás em 05/4/1996. Em 1997 fez o pedido de demissão voluntária, PDV, pois trabalhando pela Rede Estadual de Goiás (40 horas) manhã e noite, cinco dias da semana, o salário era inferior ao do DF (20 horas) apenas no vespertino, trabalhando 3 dias, com direito de coordenar em casa. Posteriormente passou no concurso e efetivou-se como professor na Fundação Educacional do Distrito Federal. Foi Vice-Diretor do Colégio Cebam em Valparaíso quando funcionava o EJA (Educação de Jovens e Adultos) noturno. Atualmente é diretor de escola no Engenho das Lajes-DF. Ari iniciou-se na maçonaria em1984, destacando-se em nível local, regional e nacional, tendo tomado posse como Deputado Federal Maçônico em 2001, representando a loja João Brás de Trindade. Foi presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa Maçônica do Grande Oriente do Brasil (GOB), no período de 2007 a 2009, continuando na Mesa Diretora daquela Casa de Leis por mais de dez anos. Os familiares e amigos de Ari se enchem de orgulho ao verem como é recebido nas várias visitas de lojas maçônicas pelo Brasil afora. Em 1982, casou-se com Vera Lúcia Torquato, com quem tem 4 filhos; Larissa, Hugo Leonardo, Rodolfo e Amanda Messias. Larissa é nutricionista, casada com Luiz Henrique. Hugo Leonardo é professor, pai da Yasmin. Rodolfo é PM do DF. Amanda é enfermeira e trabalha na empresa de linhas aéreas Azul, tem um casal de filhos: João Pedro e a pequena Luísa.
Nascimento: 17/06/1957
Mãe de: Enival Junior, Fernanda e Fernando.
No dia 17 de junho de 1957 nasceu a oitava filha biológica de Dona Messias. A matriarca havia pedido antes do nascimento que se fosse menina queria que fosse registrada com o nome de sua irmã Alice. Seu marido saiu cedo para ir ao cartório em Trindade, para registrar a criança. Quando voltou mostrou a Certidão de Nascimento com o nome de Aldalice, a mãe entrou para o quarto calada. Depois disse que gostou da composição, mas que iria chamá-la de Alda. Pai e mãe divergiram quanto a maneira de chamar a filha. O pai dizia que a chamaria de Alice, mas a mãe foi forte e prevaleceu o nome Alda. Assim ficou, no registro Aldalice, mas todos a chamam de Alda. Aí veio a promessa de que se tivesse outra filha o nome seria Alice, o que aconteceu após 16 meses.
Aldalice foi a menina mais linda quando pequenina. A mais clarinha de todas, cabelos cacheados desde bebezinha, pele rosada. Cresceu brincalhona, gostava muito de correr no meio dos meninos e subir nas árvores. De vez em quando ouvia Corina gritar e brigar com ela: “Desce daí, isso não é coisa de menina, isso é coisa de moleque”. Ela descia e já saia correndo de medo.
Com 12 anos a Alda fora morar em Trindade, na Vila São Cotolengo, (casa de apoio com pavilhão infantil e pavilhão de idosos) casa dirigida por freiras com internato para moças que quisessem estudar. No internato o sistema era rígido e a liberação para visitar os pais era somente nas férias. No período em que ela saiu de casa, Messias chorou muito e ela também chorava lá. Alda começou a namorar muito cedo. Casou-se aos 15 anos com Enival Alves (Oni). Parou de estudar e foi morar na roça. Nos dias após seu casamento, sua irmã Alice se trancou no quarto e não saia nem pra comer. A mãe Messias chorava mais ainda em seu quarto, com sentimento de que a filha estava sofrendo, porque havia parado de estudar. Até que um dia a nora Gercília contou que havia conversado com Alda e que ela estava feliz com a vida na roça. Ainda assim, Messias continuava a chorar, pois ficou sabendo que a filha já se encontrava grávida. O casal Oni e Alda tem três filhos: Enival Junior, Fernanda e Fernando. Tempos depois o casal passou a morar em Trindade. Voltaram a estudar e iam juntos para escola. Ela começou a dar aulas no Cedro já morando em Trindade, sua mãe era a Diretora da escola. Faziam percurso de Kombi todos os dias, de segunda à sexta-feira. Depois, passou a dar aula em uma escola no Bairro Vera Cruz e efetivou-se na rede estadual de Goiás. Ela é Pedagoga e pós-graduada em Supervisão Escolar. Trabalhou em grandes escolas em Trindade. Foi Diretora e também coordenadora pedagógica em várias escolas. Hoje está aposentada. O filho Enival Junior fez Medicina. Ele é pai do Matheus. Casado com Tatiane que também é médica, pais de Geovana. A Fernanda é pós-graduada em Enfermagem e tem três filhos; Geovane e Letícia do primeiro casamento e Paulo César que é filho de seu atual marido, Gil. Ela foi secretária de saúde da cidade de Goiandira e atualmente trabalha na Cidade de Goiás. O Fernando é comerciante, tem uma loja de autopeças e acadêmico do curso de Direito, casado com Andreia que é enfermeira, eles têm 2 filhas: Beatriz e Mariana Messias.
Nascimento: 13/10/1958
Mãe de: Edson Junior, Alison e João Neto
Alice Bites (autora do livro que estrutura o site), nasceu no dia 13 de outubro de 1958. Dona Messias, como em todos os partos, sempre pedia a Deus que a criança viesse com saúde e não se preocupava antecipadamente com o sexo. Mas quando viu que era menina, olhou para o esposo e lhe disse: “Essa é Alice”.
Sete dias depois estava lá a certidão que confirmava o nome. O batizado foi na Matriz Divino Pai Eterno, quando a criança contava com um mês de idade, tendo como padrinhos o casal Nenzica e José Brasil. Um detalhe Alice adotava quase todos os padrinhos das irmãs como seus também. Segundo relatos de Dona Messias, a menina Alice sempre foi muito “birrenta” e “perebenta”. Tudo que comia fazia mal. Quando deixou do peito da mãe não se deu bem com leite de vaca. Seu intestino só aceitava leite de cabra. Com isso o seu pai comprou duas cabras leiteiras, superando assim o sofrimento de desarranjo de intestino todo dia. Além do problema intestinal, Alice sempre foi muito alérgica, mas só descobriu mais tarde e fez tratamento prolongado. Durante a fase de crescimento, bastava um bicho picar e lá estava a coceira na pele da menina. Um dia, quando estava com 3 anos, escondidinha num canto da cozinha, ela comeu tanta manga que Messias chegou a pensar que a filha ia adoecer de vez. Mas adoeceu que nada, amanheceu boazinha e nunca mais desarranjou o intestino. As perebas, no entanto, volta e meia apareciam, em razão da alergia.
Alice começou a ir para a escola mais nova que as suas irmãs. Sempre que a irmã Alda ia fazer tarefa ela queria fazer também. Com isso aprendeu a ler rápido e logo estava acompanhando a irmã Aldalice. Terminaram a 4ª série juntas e logo após sua irmã foi morar na Vila São José Bento do Cotolengo. Alice ficou muito triste, Seu Bites e Dona Messias colocaram Alice para repetir o ano, só pra não ficar sem estudar. Na sala de aula, ela ajudava o professor com as tarefas dos colegas. No meio do ano de 1971 ela teve que ficar na casa da irmã Celeste pra tratar umas feridas que começaram no pé e foram se lastrando pela perna. Foram quase dois meses trocando curativo no hospital todos os dias. No ano de 1972, Alice morou na casa da Celeste para estudar e ajudar a irmã cuidar das filhas pequenas. Nos finais de semana e férias ia para casa dos pais no Cedro. Em 1973 toda a família passou a morar na cidade Trindade. Das filhas de Messias, Alice foi a única que morou com os pais até 22 anos, quando se casou. Foi a única das mulheres que trabalhou fora de casa quando solteira. Começou com dezessete anos no “Pegue-Pague Meia Ponte”, o maior mercado de Trindade na época. Por isso teve que estudar à noite. Trabalhou também na Elite Joias, Loja do Senhor João Tertuliano, que se tornou amigo.
Em 1979, Alice começou a dar aula na escola Dom Prudêncio. Em 1980, foi para Inhumas. Lá estudou no Centro de Formação de Professores. Fez curso de Pedagogia/Supervisão Escolar e História. Alice é pós-graduada em História Cultural pela UnB e ainda possui especializações/pós, em Gestão escolar, Educação Popular, Psicopedagogia clínica. Participou de pesquisa que resultou nos livros Estrada Geral do Sertão e Rota das Nascentes. Participa de um grupo de estudos da História do DF, grupo formado pelo Historiador Robson Eleutério. Um fato marcante na vida de Alice foi a convivência com a mãe, sendo sua motorista sempre que a matriarca precisasse, em especial nas férias e na sua licença prêmio. Alice viajou por várias vezes com Dona Messias, inclusive para Europa. Sempre gostou muito de fotografias. Ela é historiadora, escritora e professora aposentada. Alice foi casada com Edson, pai de seus três filhos: Edson Junior, Alison e João Neto. Ela, os filhos e familiares moram em Valparaíso. Edson Junior é casado com Jaqueline, é sargento da PMDF, trabalha no BP cães, e tem um casal de filhos, Viviane e Heitor; Alison é casado com Flaviane Maria, trabalha na Areona, empresa do sogro, e tem três filhos, Arthur, Pedro Henrique e João Lucas; e o filho mais novo de Alice, João C. Bites Neto é casado com Crislane e tem dois filhos, Maria Antonia e João Miguel. João Neto tem também uma enteada, Cristiele, que já é casada e mora com o marido, em Porto Velho.
Nascimento: 28/05/1960
Pai de: Juliana, Rafael e Felipe.
Arquiarino nasceu um dia depois do aniversário da matriarca, dia 28 de maio de 1960. Menino forte e sorridente, mas quando zangava tinha que agradá-lo rapidamente, senão não parava de chorar. O Medinho era ainda pequeno e começou a cuidar dele. Muitas vezes só servia o colo da mãe. Quando a família mudou para Trindade, em 1973, ele fazia a 4ª série. Estudou no Educandário Santa Terezinha, cuja Diretora Iraci Borges era amiga de Messias. Depois foi estudar no Colégio Estadual Castelo Branco, período em que começou a trabalhar com os irmãos na cantina do Colégio Pe. Pelágio e vendia picolé na rua. Desde menino já se preocupava em ter seu dinheirinho. Sempre contava quanto tinha ganho no dia. Com 14 anos foi trabalhar como entregador de gás na casa São Geraldo. Depois foi trabalhar no Móveis Célia, uma grande loja, localizada próxima da Igreja Matriz de Trindade. Arquiarino foi com Arci para Brasília, em fevereiro de 1978, no intuito de servir a Aeronáutica, aos 17 anos. Sua irmã Alice, que já havia chorado muito com a saída da irmã mais velha um ano, agora chorava porque o irmão mais novo um ano, também se mudou. Messias tinha que se fazer de forte e chorava às escondidas.
Enquanto Arquiarino esperava ter idade suficiente para se alistar, seu irmão Arquimedes conseguiu um emprego onde ele era encarregado. Era período de carnaval, entrou e já na primeira semana Arquiarino ficou no posto do qual não poderia se ausentar sem que chegasse um substituto, o qual não apareceu. No primeiro almoço o Arci levou uma marmita. Depois sequer teve alguém para fazer revezamento. Nem lanche, nem almoço ou jantar. Passou a noite acordado, pensando que chegaria alguém pela manhã, também nada. Ele ficou mais de 24 horas totalmente sem alimentar. O substituto dele chegou às 19 horas do outro dia. Foi assim que ele sentiu a dureza de morar longe de casa. Contudo, a sua demonstração de responsabilidade lhe rendeu outra oportunidade. Um mês após, passou a prestar serviço pela mesma empresa no Ministério da Educação. Lá conheceu um coronel que o dispensou do tempo de serviço militar, permanecendo no emprego durante o ano de 1978 todo, até que foi apresentado ao Deputado Maluly Netto, com quem trabalhou por 22 anos.
Inicialmente Arquiarino morou no Cruzeiro, na casa do irmão mais velho, Arci. Efetivou-se na Câmara Federal, onde trabalhou até aposentar-se. Ele trabalhou com o Deputado Jorge Maluly Netto de São Paulo que exerceu mandato cinco vezes consecutivamente. Esse deputado retrata o nome do Arquiarino em seu livro e fala da importância dele no gabinete e a relevância do papel que exerce perante o que se propõe a fazer. Arquiarino foi o corresponsável pela migração de sua mãe e irmãos mais novos, na decisão de morar em Brasília. Foi um dos filhos que mais viajou com a matriarca, oportunizando conversas demoradas e trocas de ideias sobre afazeres no cotidiano em geral.
Ele é formado em Direito assim como a esposa. É casado com Divina Beatriz, tem três filhos: Juliana, Rafael e Felipe. Juliana é casada com Marcos, ela também é advogada. O xodó de Arquiarino e Divina são os netos Matheus e Maria Luiza; Rafael é engenheiro mecânico pela UnB e casado com Mariana Piva; Felipe é advogado. Arquiarino foi vereador em Adelândia onde tem uma fazenda, lugar de sua preferência para viver. Seu hobby preferido é laçar bezerros.
Nascimento: 03/08/1961
Pai de: Tarcila e Taiza.
Arquiron nasceu dia 03 de Agosto 1961, também nasceu de parto natural em casa, começou seus estudos no Cedro e também estudou no Educandário Santa Terezinha, no Colégio Castelo Branco até o final do Ensino Fundamental. Desde pequeno gostava muito de futebol, formava time e ele era jogador e técnico.
Durante um tempo, Arquiron foi um dos goleiros mais procurados dos times em Trindade. Embora sua estatura não ajudasse muito, a fama era de que ele dava saltos perfeitos e agarrava bem as bolas. Mas ele percebeu que, com a bola, não daria conta de sustentar uma família.
Cursou o Ensino Médio à noite junto com o irmão Berilo no Colégio Divino Pai Eterno, pois trabalhava o dia todo na entrega de gás. Posteriormente, Arquiron consegue abrir um depósito de gás. Desse assunto ele entendia bem, pois foi com isso que trabalhou na adolescência. Em 1983 se casou com Sônia. Teve duas filhas: a Tarcila, que é formada em Educação Física e tem uma academia em Morrinhos e a Taiza, que é Fonoaudióloga e trabalha em sua área na Vila São José Bento do Cotolengo, ela é casada com José Maria (mais conhecido como Zezinho), que foi motorista de Dona Messias por alguns anos e teve um carinho muito grande pela matriarca da família. Mesmo antes de ser casado com a Taiza, ele considerava os filhos de Dona Messias como tios e tias. Taiza e José Maria tem um casal de filhos, Ana Messias e Miguel. Arquiron conseguiu, junto da Caixa Econômica Federal e com o apoio do irmão Arquiarino, uma concessão para abrir uma casa lotérica em Trindade. Foi dali que tirou o sustento para o suporte da faculdade das filhas, que trabalharam como atendentes na lotérica. Arquiron, assim como outros irmãos, começou a trabalhar cedo. Empurrava carrinho de picolé na rua para ganhar uma pequena porcentagem da venda. Sempre teve a preocupação em atender as filhas, levando e buscando-as na escola. Levantava de madrugada para levar as filhas na parada de ônibus para irem cursar faculdade em Goiânia. Muitas vezes ele brincava que não era motorista particular, mas bastava um chamado e ele ia buscar ou levar as filhas. Messias disse que esse filho tinha um coração mole, derretia-se e atendia a todos os pedidos das filhas, como de fato elas reconhecem que o pai as adulou muito na infância e adolescência. Quando Dona Messias voltou a morar em Trindade ele já havia separado da esposa e passou a morar na casa de sua mãe. Com isso ele teve uma convivência maior com a matriarca em seus últimos tempos terrestre.
Com as filhas independentes, após o falecimento da mãe, ele foi morar de vez em sua chácara, onde funciona o “Pesque-Pague do Arquiron” com um salão para shows.
Nascimento: 20/10/1962
Pai de: Jaqueline, Carlos e Iara.
Arquidones nasceu em 20 de outubro de 1962. Também é historiador, assim como a autora. Nasceu no Cedro, ocasião em que Dona Messias contava com 36 anos e já havia dado a luz a 12 crianças. Arquidones aprendeu a ler e escrever no Grupo Escolar São Sebastião, no Cedro. Depois foi para o Educandário Santa Terezinha, em Trindade, mesma escola que os irmãos estudaram. Após o Ensino Médio foi para o seminário, pois mostrava interesse em ser padre desde criança. Mas depois desistiu da ideia. É licenciado em história pela UFG. Ainda cursou Filosofia e Pedagogia (supervisão escolar). Em 1984, estudou Pedagogia em Anicuns, com os irmãos. Ele quase desistiu. Não via vantagem em continuar no curso já tendo concluído história. Porém, concluiu esse curso também. É pós-graduado em formação socioeconômica do Brasil e planejamento educacional.
Arquidones fez parte de vários movimentos populares, associações de bairros, principalmente nas pastorais dos anos 1980/90. É muito respeitado na luta pela Reforma Agrária, em movimentos sindicalistas (SINTEGO) e no meio político. Foi vereador por duas vezes em Trindade, sempre com expressivas votações, mesmo com campanhas sem recursos financeiros. Foi candidato a suplente de senador na chapa com Aldo Arantes. Arquidones é professor da rede estadual desde 1982 e municipal de Trindade desde 1993.
Tem três filhos com Iodelma: Jaqueline, Carlos e Iara. Jaqueline é casada com Joel. Sua atual companheira é Marlene com quem mora desde 2001. Marlene é mãe da Aline, casada com Marquerone e da Amanda casada com Leonardo. Arquidones tem 4 netos, Igor, Vitória, Diogo e Joel Luís.
Nascimento: 14/12/1963
Pai de: Lucas, Marcos, Ana Luiza e Gabriela.
Arquicias nasceu dia 14 de dezembro de 1963, poucos dias após a mudança do Arci, o filho mais velho, para capital, Goiânia. Seu paje foi Arquimedes, mas às vezes chorava sem alívio e aí tinha que ir para os braços da mãe. Aos três anos e onze meses teve que ir para Trindade fazer cirurgia de hérnia. Messias mais uma vez apelou às amigas e vizinhas para ajudarem nos cuidados dos menores que ficaram em casa, no Cedro.
Arquisio era um bebê de cinco meses e quem cuidou dele foi a vizinha, Dona Olívia, que é mãe do Zé Osmero. Arquicias, assim como a maioria dos filhos de Dona Messias, nasceu no Cedro, onde morou até os 10 anos de idade. Também como alguns dos irmãos, ao mudar para Trindade, estudou no Educandário Santa Terezinha, depois Castelo Branco. Desde sempre, Arquicias gostava de jogar bola, mas dos 3 até os 8 anos ele teve muitas crises com fortes dores nas pernas, até que foi descoberto o reumatismo. Acabou tendo que passar por um longo tratamento com benzetacil.
Aos quatorze descobriu o sopro no coração, aumentando ainda mais as preocupações da matriarca. Outra preocupação de Messias era com os riscos das atividades físicas com este filho. Ele era elétrico e vez ou outra chegava ofegante perto da mãe e ela repetia os cuidados a ele, que gostava muito de correr com bola ou sem ela.
A preocupação da matriarca aumentou quando ele chegou aos dezessete anos, pois o país ainda estava no período do Regime Militar e Messias conhecia a história difícil dos filhos que prestaram serviço militar, mas para alívio dela no final das contas, Arquicias fora dispensado. Arquicias, que sempre gostou de futebol, é torcedor do Corinthians.
Sonhava jogando bola, até que o cardiologista o liberou para atividades físicas. Não deu outra, passou a organizar time, improvisar jogos com alunos, com colegas e agora com time de veteranos, assim também com os filhos e sobrinhos. Em 1979, Arquicias participa de uma formação de alfabetizador para o MOBRAL. Em fevereiro de 1980, foi contratado pela prefeitura para ser professor no Cedro, passando a fazer o percusso inverso dos irmãos mais velhos, que saiam do Cedro para estudar em Trindade. E Arquicias sai de Trindade para trabalhar no Cedro. Em 1º de agosto de 1982, a prefeitura cancelou o contrato e não colocou outros professores. Os seis funcionários que lá trabalhavam continuaram até o final daquele ano. Depois, entraram na justiça e dez anos após receberam um montante, o qual facilitou para Arquicias na compra de um carro melhor. Ainda em agosto de 82 foi admitido pela rede estadual de ensino de Goiás. No ano seguinte mudou-se para o Distrito Federal. Depois foi para Valparaíso, trabalhou no Colégio Redondo no período noturno até 1996, quando pediu demissão através do PDV (Pedido de Demissão Voluntária). Em 14/3/1983, mudou-se para Taguatinga-DF, cidade satélite da Capital Federal, para assumir a direção da lanchonete 727 de seu irmão Arquiariano que a havia comprado o empreendimento para ajudar no sustento da casa, transformando a mesma em um “point” naquela época.
Arquicias e Arquiarino convidaram a matriarca para se mudar para Taguatinga e ela muda-se com os filhos, Arquisio, Arquicelso e Oldack. Arquicias deu continuidade aos estudos técnicos em contabilidade ainda em Taguatinga. No dia 04/01/1984 se muda para Valparaíso de Goiás com o sonho firmado junto com sua mãe em formar uma escola no núcleo habitacional da cidade. Graças à ideia da Divina Lourenço e aos esforços da Dona Messias, Arquicias, seu irmão Antônio e esposa Divina, tornou-se possível construir e edificar a escola particular, que se tornou um grande orgulho para a matriarca e todos os seus filhos, em especial Arquicias e Antônio. Mesmo morando em Valparaíso, Arquicias foi buscar namorada em Trindade e se casou com Anamar, mãe de seus quatro filhos; Lucas, Marcos, Ana Luiza e Gabriela. Lucas é casado com Júlia e tem dois filhos; Lívia Messias e João Lucas. E Marcos (mais conhecido pelo apelido de Markin, não só pelos parentes, mas pela maioria dos seus amigos) tem uma filhinha, Helena Messias. Uma das marcas na vida de Arquicias foi a contribuição na adoção de João Oldack. O respeito do Oldack pelo Arquicias é percebível por todos da família. Ele o tem como filho e o Oldack o tem como pai. Arquicias é graduado em Pedagogia e pós-graduado em Psicopedagogia, Gestão Pública/Gestão Escolar. Ele é Diretor e um dos sócios do Colégio CEBAM.
Nascimento: 04/02/1965
Pai de: Bruno, Túlio e Lara.
O Berilo nasceu em 04 de Fevereiro de1965. Fazia pouco mais de um ano que o filho biológico mais velho da matriarca tinha ido para o quartel. Talvez, até por isso, Bites resolveu colocar o nome do pai de Messias em seu filhinho. Messias andava muito angustiada. Um filho com o nome de seu pai poderia ajudar acalentar suas angústias. Messias conta que chamava seu nome mais vezes do que todos os outros em sua idade. Para ela, parecia um sonho depois de tantos filhos, ter um com o nome de seu pai. Sentia honrada com o registro do nome.
Berilo cresceu saudável, chorava pouco e esse pouco era de beicinho como para demonstrar que estava triste. Logo depois já estava tudo bem, parecia não querer dar trabalho e realmente foi uma criança que não deu trabalho, nem mesmo depois. Ele sempre procura realizar seus projetos sem dar preocupação a ninguém. Ele estudou, como os irmãos, em escola pública e assim que tomou tamanho foi vender picolé para tirar seu dinheirinho. Depois passou a trabalhar numa empresa de fumo de rolo. Lá ele foi empacotar de fumo desfiado. Aos 14 anos de idade, começou a trabalhar no Supermercado Rochedo, permanecendo por 6 anos. Nesse tempo ficou morando no quarto dos fundos na casa em que Messias deixou em Trindade.
Morou também por pouco tempo na casa da irmã Alice. Em junho de 1985 mudou-se para Brasília e trabalhou como operador de ar condicionado por 6 meses no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em 1986 comprou uma Kombi escolar do irmão Arquicias e fez transporte escolar por 3 anos, período em que corria para conciliar os horários, pois tinha o transporte dos alunos e a cantina que abriu para servir lanches na escola de sua mãe. Sempre estudando para concurso. Fez 2 anos do curso de Economia e posteriormente Direito. Passou no concurso do STJ (Superior Tribunal de Justiça) em 1995, onde é servidor efetivo. Berilo desde adolescente participava de movimentos populares, nesse ritmo entrou no movimento sindical e fez parte da diretoria do SINDJUS, (2000/2012), e dirigiu a FENAJUFE (2007/2010). Berilo é advogado, casado com a socióloga Lucimar que exerceu o mandato de vereadora e depois prefeita do município de Valparaíso de Goiás. Berilo sempre contribuiu inteiramente com a esposa em seus mandatos, tanto o de 2005 a 2008 como vereadora, como o de prefeita de 2013 a 2016. Eles têm três filhos: Bruno, Túlio e a pequena Lara, que é o xodó de todos eles.
Nascimento: 25/07/1966
Pai de: Melissa.
Arquisio nasceu em julho de 1966, uma criança de pele mimosa, rostinho redondo, bebezinho de mãozinha linda. Foi batizado na igreja católica com um mês de idade. Seus padrinhos são Macoto Humeno e do Dona Rosinha. Messias contou que, aos nove meses de idade, ele deu um susto danado na família. Ficou tão doente que prostrou em seus braços. Era desidratação. Passou dez dias com ele no hospital. Ela disse que no terceiro dia já internado chorou o dia todo, pois o médico nem dava esperança por ele não reagir à medicação. Messias com sua fé inabalável pediu mais uma vez a Deus, ajoelhada no chão do hospital, e no outro dia ele já estava melhor. Voltaram para casa e o menino cresceu forte, trabalhador, independente e, acima de tudo, com seu jeito diferente de ser, muito amoroso. Sempre morou com a matriarca até a partida para Trindade em dezembro de 2009.
Arquisio não gostava muito de estudar, mas sempre desempenhou com sabedoria as atividades em seu dia-a-dia. Em todos os seus empregos, seus patrões ou chefes imediatos elogiavam seu empenho. Arquisio é agitado e inquieto, gosta de resultados rápidos. Escolheu o curso de Filosofia, que o faz mais questionador. Embora goste de ficar só, é afetuoso e preocupa-se com a família. Não tem muita paciência com a lentidão das pessoas para tomar decisões. Conforme o que se fala perto dele, ele tem resposta na ponta da língua. Trabalhou na Câmara Federal de Brasília por mais de vinte anos. Gosta muito de ficar em sua chácara em Luziânia. Atuou nos bastidores da política, desde os anos 80. Arquisio é convicto da pureza das crianças e é encantado com isso. Gosta de falar das habilidades das pessoas. Gosta de animais, de plantas e de curtir uma boa música. Arquisio tem uma filha belíssima de nome Melissa, cheia de charme, a inspiração da vida dele.
Nascimento: 12/02/1968
Pai de: Lorianne e Thiago.
Arquicelso era o filho caçula até o final de 1981, quando a matriarca decidiu adotar João Oldack. Arquicelso nasceu em 12 de fevereiro de 1968. Esse foi o último parto de Dona Messias, era o décimo sexto parto natural dela, o de número 13 no Cedro e, assim como todos os outros, também foi em casa. Arquicelso fez o jardim de infância no Educandário Santa Terezinha, depois foi para o Grupo Escolar Dom Prudêncio, na mesma época que a matriarca lecionava nesta escola no período noturno. Na 5ª série foi para o Colégio Estadual Castelo Branco. Logo que Arquicelso nasceu, Dona Messias aceitou um grato pedido de Raimundo Barros de Abreu, para ser padrinho desse filho. Abreu era Oficial do Exército Brasileiro, grande amigo do Arci. Assim Arquicelso foi batizado por Abreu, sua irmã Celeste e outra grande amiga Judith (filha de criação de Miguel Cazé). Mais adiante, confirmando o que já era na prática, foi crismado por seu padrinho Zé Figueiredo (esposo de Celeste).
Quando seu pai morreu tinha apenas 11 anos. Ainda em Trindade também vendeu picolé na rua, zelou de residências e trabalhou num sacolão de verduras para ter seu dinheiro com esforços de seu trabalho. Era um adolescente de 15 anos quando a família se mudou para Taguatinga/DF, em 1983. Também trabalhou na lanchonete 727 Lanches e lá estudou por um ano. Em 1984 mudaram-se novamente, dessa vez para Valparaíso de Goiás, onde concluiu o ensino médio, na primeira turma formada pelo Colégio Estadual Valparaíso (Redondo). Logo que chegou à nova cidade, voltou a participar fervorosamente dos movimentos sociais, especialmente junto à Igreja Católica com o Grupo JUPAC. Participou ativamente do Movimento de Emancipação Política Administrativa de Valparaiso. Ao lado de alguns irmãos e junto com amigos como Miguel Wesley, Alexandre Varela, Isabel, Dilva, Amadeu e muitos outros, formaram o Grupo Jovem JUDEC. Arquicelso cursou Direito na UNICEUB junto com Arquiarino. De todos os filhos biológicos da matriarca, ele é o mais alto, certamente puxando ao avô materno, que foi mais alto que ele.
Seu primeiro emprego formal foi num escritório de contabilidade em Valparaíso, numa empresa dos irmãos de Maçonaria Odécio Pedrosa e Francisco Fróes (atual Venerável Mestre da Loja Maçônica Luz e Trabalho, da qual Arquicelso também é membro), com suas respectivas esposas Dona Marilda e Geni. Depois foi trabalhar numa empresa de refrigeração na Asa Norte, em Brasília/DF. Pouco tempo depois foi para o gabinete do Deputado Federal Maluly Netto, na Câmara dos Deputados, onde trabalhou por muitos anos com seu irmão Arquiarino. Foi professor por um curto período. Em 1996 foi o candidato a Vereador mais votado na primeira eleição do então novo município de Valparaíso de Goiás, porém sua chapa não atingiu o coeficiente eleitoral. No ano de 2000 foi eleito vereador. Aqui cabe registrar uma importante participação de Dona Messias, que assim como nas campanhas de Arquivaldo para Deputado e de Antonio a prefeito, preparava uma “Carta Aberta”, indicando, à sua maneira, recheada de muito carinho e empenho, o voto na chapa de seu filho. Em 2002, foi candidato a Vice-Governador de Goiás.
A partir de 2005, na Presidência da República, foi Assessor Especial e Gerente de Assuntos Institucionais para Centro Oeste e Tocantins na gestão do Presidente Lula. Depois, novamente na Câmara dos Deputados, foi Assessor Jurídico Legislativo no gabinete do Deputado José Mentor. A partir de 2011 foi Assessor Especial e Secretário de Estado da Região Metropolitana do Governo do Distrito Federal. Hoje, juntamente com sua família, tem uma fábrica de artesanato e um escritório de Advocacia em Valparaíso. Arquicelso é casado com Katiane (Artesã e Design de Interiores), com quem tem dois filhos: Lorianne, de 24 anos, que está cursando Engenharia Civil e Thiago, de 8 anos.
Nascimento: 21/12/1980
Pai de: Otávio.
João Oldack nasceu em Trindade, no dia 21 de dezembro de 1980. Cresceu ganhando mais presentes que os irmãos. Estudou no Colégio CEBAM, sempre foi brincalhão e participava de todos os eventos da escola. O sonho de Dona Messias era vê-lo se formando no ensino superior e bem sucedido em sua vida. Como a matriarca sempre dizia, esse é o filho do coração. Em 1981, apesar de residir em Trindade continuava trabalhando no Cedro, todos os dias após o almoço fazia esse percurso numa Kombi. Eis que aconteceu algo inesperado. Sempre na chegada ao Grupo Escolar em que trabalhava, ao passar em frente à casa da avó materna de Oldack, seu coração pulsava mais forte ao ver uma criança no meio de várias outras, juntamente com aquela senhora, que se encontrava adoentada. Messias e Arquicias começaram a conversar sobre adotar a criança menor para cuidar em sua casa, pois era muito pequenino para ficar sem comer nas horas certas. A irmã mais velha era criança também, e mal dava conta de cuidar dela mesma e ainda tinha outros irmãos. Assim, Dona Messias foi conversando com pessoas amigas no povoado Cedro e com a avó sobre o Registro de Nascimento daquele que era chamado de “neném”. Nessas conversas descobriu que ele sequer tinha nome definido. A mãe havia morrido no parto e a avó ficou responsável pelos netos. Disse à Dona Messias que concordava em lhe entregar o menino para cuidar. Então, Dona Messias demonstra seu interesse, desde que fosse de “papel passado”, com o que a avó concordou. Alegre e determinada, aquela mulher que já havia parido 16 filhos e criados outros tantos disse que iria conversar com os filhos e com o juiz para cuidar da papelada daquela criança que ainda não havia começado a andar, engatinhava rápido, com riscos de se machucar por não ter os cuidados devidos.
Com muita determinação, em menos de um ano, a criança já estava registrada com o nome de João Oldakc Leite Leão. O nome dele foi escolhido pela matriarca, João veio do pré-nome de seu marido e Oldack, o qual Messias sempre achou um nome forte, diferente e imponente, era o nome de um comerciante muito amigo de Bites. Ela contou que antes quem planejava os nomes dos filhos era seu marido, que ela até fazia pedidos, mas demorou a ser atendida. Dona Messias contou que, depois de todos os seus partos, já tinha os filhos com os nomes que queria e ainda Deus lhe concedeu um filho a mais para escolher o nome. Quanto ao sobrenome dele, o juiz que concedeu a adoção não permitiu colocar igual aos dos demais filhos com o “Bites”, por causa do falecimento do patriarca. Contudo o registro ficou com sobrenome igual ao de Messias, “Leite Leão”. Mesmo sem ter a presença paterna, Messias disse que desde pequenino mostrava a foto de seu marido a ele e dizia que era o pai. Embora Oldack não o tenha conhecido, ficava atento em ouvir falar do pai, o que o fez respeitar a memória de Bites, pois não tivera outro senão o mesmo de todos os filhos de Messias. Cresceu junto com alguns sobrinhos, por isso aprendeu a chamar os irmãos mais velhos de tios, não diferente da Alice que aprendeu a falar no período em que os netos gêmeos, que viraram filhos, foram morar com Bites e Messias. Como todos achavam engraçadinho, ela só deixou de chamá-los de tios depois de adulta, assim também Oldack chamou os irmãos de tios até ficar adulto.
Esse filho fez parte da transformação da vida da querida Professora Messias, pois veio após ela ficar viúva e ser acometida por um doloroso processo de câncer. Quando Messias mudou-se para Taguatinga/DF, Oldack estava com dois anos e ainda não estudava. No ano seguinte mudaram-se para Valparaíso. Foi nessa cidade que ele cresceu, estudou e criou seu círculo de amizade. João Oldack é casado com Elka e tem um filho por nome Otávio.