Dona Messias e João Bites foram atuantes nas questões sociais e políticas em todos os locais onde moraram. Dona Messias foi perseguida politicamente em vários momentos de sua vida devido ao seu posicionamento firme e convicto em favor da justiça social para todos.
E seus filhos seguiram seu caminho, militando em sindicatos, em movimentos sociais e em posições políticas importantes, como destacado nos trechos do livro de Alice Bites a seguir.
“Bites gostava muito de ler. Isto ajudava a passar o tempo. Também continuou a participar das atividades do Sindicato dos Trabalhadores Rurais como tesoureiro. Quando Bites assumiu a tesouraria, já sabia dos cursos e treinamentos que deveria participar. Assim sendo, participou de treinamento de liderança sindical em Goiânia, no mês de setembro de 1972, período que ainda morava na chácara e depois ele mesmo explicava e dava palestra para outros sindicalizados, ele aposentou e continuou no sindicato. Como já estava morando em Trindade, facilitou para organizar e controlar os documentos.
Ele sempre levava o filho Ari para ajudá-lo, tanto que depois o próprio Ari já ia sem o pai para serviço voluntário no sindicato. Ari se tornou o queridinho de toda a diretoria e funcionários de lá. Em compensação esse voluntariado serviu de base para ele quando foi trabalhar de carteira assinada em outro sindicato. Messias ficava toda orgulhosa de seu filho.” (pg. 216)
DONA MESSIAS COM DIRETORIA E FUNCIONÁRIOS NA PORTA DO SINDICATO, EM 1975
“Assim como na Educação, a família de Dona Messias tem grande influência na política. Morando em Valparaíso, ficou fácil a ida de Dona Messias até o Palácio do Planalto, pois sempre quis abraçar o Lula, como Presidente da República. (…) Lula soube por seu assessor sobre a quantidade de filhos de Dona Messias e perguntou a ela sobre a veracidade desse número. Na esfera política, em Valparaíso, no ano de 2000 foi eleito a vereador o filho de Dona Messias, Arquicelso, que também foi candidato a vice-governador do Estado de Goiás, com Marina Santana, Governadora em 2002.
Em 2004, a nora Lucimar Nascimento, esposa de Berilo Leão, elegeu-se vereadora também em Valparaíso. Em 2012, elegeu-se Prefeita desse município para gestão 2013/2016. Antônio Bites, que já havia exercido, na década de 1970, dois mandatos de vereador em Trindade, repetiu o feito em Valparaíso, havendo sido eleito para dois mandatos. Antônio Bites também foi candidato por três vezes a prefeito em Valparaíso.
Ainda falando da influência dos filhos de Dona Messias na política, em Trindade, o filho Arquidones exerceu mandato de vereador por duas vezes, foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás na regional Trindade, Secretário Geral na central do SINTEGO, (mesmo sindicato) e teve atuação em várias comunidades. O filho Arquivaldo foi vice-prefeito no município de Trindade e fundador do Partido dos Trabalhadores nos anos 80. Também foi fundador e presidente do Sindicado dos trabalhares no Serviço Público Federal no Estado de Goiás (SINTSEP-GO). No mesmo período em que Arquivaldo foi vice-Prefeito, o filho Arquiarino foi vereador em Adelândia, de 2009 a 2012. As cidades citadas são todas do Estado de Goiás.” (pg. 244)
Antonio Bites Leão
“Na eleição de 1972, os colegas e amigos de Antonio do curso de Técnico de Contabilidade foram até o Cedro para conversar com seu pai para ele sair candidato a vereador. Antonio foi vitorioso e se elege em 2º lugar nas votações. Cinco anos após se reelege, sendo o vereador mais votado de Trindade. Em 2008, morando em Valparaíso de Goiás, também se elege vereador e quatro anos depois foi reeleito.” (pg. 67)
Arquivaldo Bites Leão Leite
“Indignado com as injustiças sociais, foi ele o primeiro da família a engajar nos movimentos populares políticos partidários, sendo uns dos fundadores do PT em Trindade. Fez cursinho e passou no vestibular na UFG, 1978. Cursou Jornalismo e efetivou-se no Ministério do Trabalho. Foi Superintendente do Ministério do Trabalho em Goiás. Foi vice-prefeito da cidade de Trindade.” (pg. 74)
Arquiarino Bites Leão Leite
“Inicialmente Arquiarino morou no Cruzeiro, na casa do irmão mais velho, Arci. Efetivou-se na Câmara Federal, onde trabalhou até aposentar-se. Ele trabalhou com o Deputado Jorge Maluly Netto de São Paulo que exerceu mandato cinco vezes consecutivamente. Esse deputado retrata o nome do Arquiarino em seu livro e fala da importância dele no gabinete e a relevância do papel que exerce perante o que se propõe a fazer. (…) Arquiarino foi vereador em Adelândia onde tem uma fazenda, lugar de sua preferência para viver.” (pg. 83)
Arquidones Bites Leão Leite
“Arquidones fez parte de vários movimentos populares, associações de bairros, principalmente nas pastorais dos anos 1980/90. É muito respeitado na luta pela Reforma Agrária, em movimentos sindicalistas (SINTEGO) e no meio político. Foi vereador por duas vezes em Trindade, sempre com expressivas votações, mesmo com campanhas sem recursos financeiros. Foi candidato a suplente de senador na chapa com Aldo Arantes.(pg. 85)
Berilo José Leão Neto
“Berilo desde adolescente participava de movimentos populares, nesse ritmo entrou no movimento sindical e fez parte da diretoria do SINDJUS, (2000/2012), e dirigiu a FENAJUFE (2007/2010).” (pg. 88)
Arquicelso Bites Leão Leite
“Logo que chegou à nova cidade, voltou a participar fervorosamente dos movimentos sociais, especialmente junto à Igreja Católica com o Grupo JUPAC. Participou ativamente do Movimento de Emancipação Política Administrativa de Valparaiso. Ao lado de alguns irmãos e junto com amigos como Miguel Wesley, Alexandre Varela, Isabel, Dilva, Amadeu e muitos outros, formaram o Grupo Jovem JUDEC. (…) Em 1996 foi o candidato a Vereador mais votado na primeira eleição do então novo município de Valparaíso de Goiás, porém sua chapa não atingiu o coeficiente eleitoral. No ano de 2000 foi eleito vereador. Em 2002, foi candidato a Vice-Governador de Goiás. A partir de 2005, na Presidência da República, foi Assessor Especial e Gerente de Assuntos Institucionais para Centro Oeste e Tocantins na gestão do Presidente Lula. Depois, novamente na Câmara dos Deputados, foi Assessor Jurídico Legislativo no gabinete do Deputado José Mentor. A partir de 2011 foi Assessor Especial e Secretário de Estado da Região Metropolitana do Governo do Distrito Federal. (pg. 91)
“Registram-se perseguições políticas, sofridas na década de 1950/1960, período de conflitos ideológicos, em que surgiu o bipartidarismo no país, ambos em defesa da elite. As pessoas da família obedeciam ao chefe da mesma que, na maioria esmagadora das vezes, era quem determinava o “lado certo” no meio político. Assim, formavam os quadros empregatícios em funções e cargos variados. No caso de Dona Messias, a mesma teve o contrato de professora pública cancelado por mais de uma vez, não por negligência ou incompetência, mas por questões políticas. (pg. 20)
“Em 1951 foi exonerada por perseguições políticas, porém continuou ensinando gratuitamente. – No segundo semestre a prefeitura municipal de Trindade a nomeia professora novamente. Nesse mesmo ano saiu da fazenda e foi para o povoado “Cedro”, onde fundou a escola particular gratuita São Sebastião.” (pg. 291)