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Berilo e Lucimar

Educação como legado para Valparaíso

A nora de dona Messias, Lucimar, como prefeita alavancou Valparaíso. A aula inaugural do Campus do Instituto Federal de Goiás foi realizada em sua gestão, no dia 29 de setembro de 2014, durante o Governo Dilma Rousseff. Os Bites tiveram destaque nas conversas com os Governos Lula e Dilma, que levaram para Valparaíso também a Escola do Futuro de Goiás EFG Paulo Renato de Souza.

As mudanças foram sentidas imediatamente após a posse de Lucimar. “Nunca conseguimos sentar ou estivemos com o chefe do Executivo desde que fomos emancipados (como município). Mas com esta gestão recém empossada pudemos discutir qualidade de vida e de trabalho dos profissionais de educação”, desabafou a então presidente do sindicato dos servidores públicos de Valparaíso sobre os 100 dias de governo Lucimar.

Berilo Leão Bites

Das lições de casa ao Museu de Educação

“Vale a pena acreditar na educação”.  “Para os pobres, meu filho, a única saída é a educação”. Frases como essas foram repetidas por Dona Messias para o filho durante toda a vida. Desde os 10 anos, quando ele vendia picolé nas ruas de Trindade, até se formar em direito, passar na prova da OAB e depois se tornar servidor do STJ, por meio de concurso público. Os conselhos e exemplos da mãe reverberam ainda hoje na continuidade da militância política que aprendeu em casa.

Berilo é um dos responsáveis pela ideia de construir este Museu da Educação, e isso reflete o orgulho que sente por ter herdado da mãe, junto com seus irmãos e suas famílias, a disposição para as lutas sociais coletivas.

— Este Museu pretende fazer um trabalho interativo com a sociedade de Valparaíso, buscando valorizar a educação e formar consciências, mobilizar a população para debater a cidade, compreender seus problemas e encontrar soluções. Uma das primeiras ações será a realização de um concurso de redação que conclama estudantes a refletirem sobre suas próprias vidas e sobre as responsabilidades da cidadania.  

O desafio foi criar a cidade de Valparaíso

Berilo, os irmãos e a mãe, Dona Messias, assumiram Valparaíso de Goiás como sua cidade. Chegaram em momentos diferentes, mas todos foram pioneiros da mesma luta.

Valparaíso amargava o isolamento. Núcleo habitacional de Luziânia, era pequeno demais para ser visto pelo Governo de Goiás e também não tinha benefícios de Brasília, embora seus moradores em grande parte fossem trabalhadores e trabalhadoras do Distrito Federal. Mas o código dos telefones fixos do comércio era o 061, da capital federal, por estar em sua divisa geográfica e ter fortes referências com a nova capital antes mesmo de Juscelino Kubitschek terminar as obras de inauguração.

Quando a família Bites chegou, entre os anos 80 e 90, o comércio era ainda quase inexistente. Os moradores iam geralmente fazer compras no Gama ou em Brasília. Sair era quase um tormento, quando havia necessidade de transporte público. Todas as semanas um ônibus quebrava, deixando os usuários no meio da rodovia olhando o relógio e pensando no risco de perder o emprego.

Os Bites muitas vezes foram para as ruas e para as margens da BR-040, onde a cidade se localiza, carregando cartazes, gritando para que a população se unisse nas lutas por direitos.

Uma das principais ações empreendidas por Berilo e seus irmãos foi pela emancipação de Luziânia, para que Valparaíso tivesse direito às representações dos Três Poderes – Legislativo, Executivo e Judiciários – e assim alcançasse políticas públicas e qualidade de vida.

Quando a municipalidade foi conquistada, Berilo e os seus irmãos – como Arquicelso, que em 2021 morreu por Covid, e o ex-vereador Antônio Bites – tiveram papeis de destaque na política não somente em Valparaíso como no Governo do Distrito Federal e no Governo Federal.

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